Lanterna Verde, o filme






Estreou essa semana um dos filmes mais aguardados pelos fãs da Dc Comics nos últimos tempos: O Lanterna Verde. Escolhido para ser o sucessor do lendário Abin Sur, o piloto de testes da aeronáutica Hal Jordan (Ryan Reynolds) se torna uma espécie de policial intergaláctico quando recebe um anel capaz de recriar tudo que vier a sua imaginação. É claro que todo poder vem com um preço e, nesse caso, não seria diferente tendo em vista a grande ameaça conhecida como Parallax, uma entidade que se alimenta do medo. Sendo assim, nada mais lógico do que combater esse mal com a força de vontade de um lanterna verde que seja capaz de superar o grande medo.

Sendo assim, é possível dizer que temos todos os conflitos necessários para uma boa produção de aventura com super-heróis. Só falta algo que os utilize de maneira interessante e, portanto, atrativa para leitores antigos, novos e o público de uma forma geral. Eu poderia até dizer que o resultado como um todo desse filme dirigido por Martin Campbel foi satisfatório, mas, infelizmente, não posso fazer isso. E por vários motivos.


Um deles é a falta de seriedade do protagonista. Não tenho nada contra o ator Ryan Reynolds que já teve boas atuações em muitos outros filmes e também não considero nenhum pecado ou falta grave ver um super-herói fazendo piadas/gracinhas, mesmo quando elas são bem feitas e provocam risos sinceros por parte do público. O meu problema com isso é quando esses momentos de humor ganham um espaço desnecessário. Parece até reclamação de gente chata, mas é fato que brincadeira tem hora. Aonde já se viu um super-herói de grande porte posando de bonzão só para ganhar uns pontinhos para ganhar a garota? E isso é só um exemplo dos defeitos do filme.

Confesso que antes de ir ao cinema ontem estava muito receoso por causa das várias criticas sendo praticamente unânimes em falar mal do filme. Como bom fã de quadrinhos, em especial os de super-heróis, esperava me surpreender com um resultado muito positivo assim como aconteceu quando assisti Thor e Capitão América. E tendo em vista que o receio é uma forma de medo também, tinha esperança de superá-lo assim como o próprio Hal Jordan sempre fez em suas histórias, sejam elas nos quadrinhos ou em animações de roteiros obviamente superiores a esse que foi escrito por um quarteto formado por Greg Berlanti, Michael Green, Marc Guggenheim, Michael Goldenberg.


Apesar de tudo, o filme não é de todo ruim. Entre seus méritos, está a bela produção de efeitos visuais na construção do Planeta Oa, o lar da Tropa dos Lanternas Verdes e dos Guardiões Galáxia. Alias, vale um destaque a parte em relação à caracterização de muitos membros da Tropa como, por exemplo, Tomar-Re e Kilowog, criados através de uma técnica de captura de movimentos e dublados por Geoffrey Rush e Michael Duncan Clarke, respectivamente. Inclusive, a participação deste dois personagens é um show a parte que realmente faz valer a pena o ingresso gasto. O futuro vilão Sinestro está muito bem caracterizado e interpretado com segurança pelo ator Mark Strong, cujo talento também se faz perceber em filmes como Kick Ass e Sherlock Holmes. Infelizmente, suas cenas são poucas e em alguns momentos mal aproveitadas. É uma pena que um personagem tão interessante como esse tenha tão pouco espaço enquanto outros ganham uma atenção desnecessária e descartável como o Senador Hammond (Tim Robbins) e a oficial de operações secretas do governo Amanda Waller (Angela Bassett)


Sobre os vilões, cabe um elogio ao tipo megalomaníaco super-poderoso Hector Hammond, interpretado pelo ator Peter Sarsgaard. Apesar de ter um drama familiar pouco explorado, ele consegue convencer bem como um dos inimigos do lanterna verde. Por incrível que pareça, o combate entre os dois é melhor que o do final do filme até porque nesse momento a ação é bem mais intensa, além dos diálogos interessantes.





Enfim, sinto que se tivesse que dar uma nota que refletisse o que achei do filme, ela seria mediana além de representar um sentimento de que eu esperava muito mais de uma adaptação de um personagem tão legal.

Fonte das imagens: www.omelete.com.br