Toda a jornada tem um
fim. E no caso de Batman, não seria diferente. A história desse filme começa
com Bruce Wayne vivendo de forma reclusa em sua própria casa tendo como único
contato com o mundo exterior a companhia de seu mordomo e amigo Alfred.
Aparentemente, a cidade de Gotham vive um longo período de paz desde a morte de
Harvey Dent. No entanto, a circunstância de como tal fato ocorreu ainda permanece
em segredo já que, por causa dele, foi possível ``limpar`` as ruas da cidade de
grande parte da criminalidade. Mas isso não dura muito graças à intervenção do terrorista
Bane (Tom Hardy) e seus seguidores.
De certo modo, o filme
nos mostra a idéia de que a luta entre o bem e o mal não pode deixar de existir,
pois são forças da natureza que não permitem vácuo no tempo. Sendo assim,
sempre quando um novo mal surgir, haverá uma força do bem disposta a lutar
contra mesmo que pra isso alguns sacrifícios sejam necessários. E é nesse contexto
que se situa o último capitulo da trilogia de Batman. Um dado interessante
neste são suas referências. Do mesmo modo que o filme anterior pega elementos
da mini-série ``A Piada Mortal`` esse, por sua vez, lembra muito a história de
``O Cavaleiro das Trevas``.
Outra novidade é a
adição de alguns novos personagens que acrescentam e muito a trama como, por exemplo,
o policial John Blake, interpretado por Joseph Gordon-Levitt. Deixando de lado
uma cena completamente dispensável que é o primeiro diálogo entre ele e Bruce
Wayne, vale registrar aqui seu papel como detetive e combatente do crime. Sua
atuação é convincente e muito interessante, principalmente depois que
descobrimos o seu ``segredo`` logo no final do filme. Por outro lado, não se
pode elogiar tanto a mulher-gato da atriz Anne Hathaway. Mesmo com bons
diálogos e cenas de luta (destaque para dela ao lado de Batman num telhado),
fica a sensação de ver um personagem com muito destaque e pouco sentido para
esta história.
Sobre as cenas de luta,
vale a pena destacar o quão bem foi construído o primeiro combate entre herói e
vilão. Não há trilha sonora, apenas o som ambiente de socos e chutes cada vez
mais intensos. Diria que foi um dos melhores momentos do filme senão fosse o
desfecho pouco impactante em relação ao que se era esperado. Quem já leu a
história ``A Queda do Morcego`` sabe muito bem porque existia uma expectativa
tão grande criada em torno desta luta. Aliás, é por causa dela que se dá o
ressurgimento de Batman de forma definitiva. Há toda uma questão de superação
neste contexto que se desenvolve de forma interessante, mas que infelizmente
perde força em seu desfecho, tudo graças a uma revelação sem muita importância
para a história de modo geral. É o caso da personagem Miranda Tate (Marion
Cotillard) cuja participação pode ser considerada completamente descartável.
Enfim, O Cavaleiro das
Trevas Ressurge é um bom filme apesar de todos os pontos negativos citados.
Como resultado final de uma trilogia, ele tem a sorte de ser muito melhor do
que vários outros encerramentos de trilogias de filmes que adaptam personagens
e histórias em quadrinhos. Isso, além do fato, da coerência do roteiro em
amarrar acontecimentos dos filmes anteriores. Mas isso não é tudo que se pode
falar deste filme. O diretor Christopher Nolan soube imprimir com personalidade
sua visão do Batman transformando em algo único e muito além do que o mesmo
representa enquanto personagem de história em quadrinho. E isso ele consegue
mostrando que o grande feito de um herói é ser um símbolo que inspire as
pessoas a lutar contra o mal.
Trailer: